Em 27 de janeiro, o mundo honra as milhares de vidas perdidas, reforça o compromisso com a tolerância e a justiça, e, neste ano, celebra-se os 80 anos da libertação de Auschwitz.
O Dia Internacional em Memória das vítimas do Holocausto, instituído pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 2005, marca a libertação do campo de concentração e extermínio de Auschwitz-Birkenau, ocorrida em 1945. Este foi um dos capítulos mais sombrios da história da humanidade, e a data é um momento para lembrar as atrocidades cometidas durante o Holocausto, honrar as vítimas e reafirmar o compromisso global de impedir que tais horrores se repitam.
Relembrando o Horror para Construir a Memória Coletiva
O Holocausto foi um genocídio sistemático conduzido pelo Regime Nazista e seus colaboradores durante a Segunda Guerra Mundial. Cerca de seis milhões de judeus foram assassinados, juntamente com milhões de outras vítimas, incluindo ciganos, pessoas com deficiências, homossexuais, prisioneiros políticos e opositores do regime. Mais do que números, essas vítimas eram indivíduos com sonhos, famílias e histórias que foram brutalmente interrompidas.
A escolha de 27 de janeiro como o dia de memória reflete a necessidade de educar as novas gerações sobre o impacto do ódio e da intolerância. Este ano, o octogésimo aniversário da libertação de Auschwitz destaca ainda mais a urgência de manter viva a memória coletiva e de agir contra as injustiças que ainda persistem.
Neste marco de 80 anos, o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, reforçou a importância da memória e do combate ao ódio:
“Este ano assinala-se o octogésimo aniversário do fim do Holocausto.
Lembramos os seis milhões de judeus assassinados pelos nazis e pelos seus colaboradores, que procuraram destruir todo um povo.
Lembramos as pessoas de etnia roma e sinti, as pessoas com deficiência e todas as outras pessoas escravizadas, perseguidas, torturadas e mortas.
Apoiamos as vítimas, os sobreviventes e as suas famílias. E reiteramos a nossa determinação de nunca esquecer. Permitir que o Holocausto desapareça da memória seria desonrar o passado e trair o futuro.
A memória é um ato moral e um apelo à ação. Conhecer a história do Holocausto é saber até onde a humanidade pode chegar. Compreender como os nazis foram capazes de cometer os seus crimes hediondos, com a cumplicidade de outros. E perceber que cada um de nós tem um dever solene: advogar contra o ódio e defender os direitos humanos de todas as pessoas.
Após o inferno do Holocausto, os países uniram-se e consagraram a dignidade de cada pessoa na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Em tempos obscuros, este documento continua a ser um farol.
Oitenta anos após o fim do Holocausto, o antissemitismo continua presente, alimentado pelas mesmas mentiras e ódio que tornaram possível o genocídio nazi. E está a aumentar.
A discriminação é generalizada… O ódio está a ser instigado no mundo inteiro… Factos históricos indiscutíveis estão a ser distorcidos, diminuídos e negados… E estão a ser feitos esforços para reformular e desculpabilizar os nazis e os seus colaboradores.
Devemos travar estes ultrajes. Nestes dias de divisão, e mais de um ano desde os terríveis ataques terroristas de 7 de outubro por parte do Hamas, devemos ser firmes na nossa humanidade comum.
Devemos condenar o antissemitismo, tal como devemos condenar todas as formas de racismo, preconceito e intolerância religiosa. E devemos reafirmar a nossa determinação em defender a dignidade e os direitos humanos de todas as pessoas.
Estas causas estão no cerne das Nações Unidas. Nunca esqueceremos e nunca vacilaremos nesta luta.”
O Papel da Educação no Combate ao Antissemitismo e à Intolerância
Uma das mensagens centrais desse dia é a importância da educação como ferramenta para combater o antissemitismo, o racismo e outras formas de discriminação. Museus, documentários, testemunhos de sobreviventes e eventos educativos são essenciais para manter viva a memória do Holocausto e desmentir narrativas de negação e distorção.
Honrar as Vítimas, Transformar o Futuro
O Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto é uma homenagem aos que perderam suas vidas e um apelo à humanidade para aprender com os erros do passado. Neste 80º aniversário da libertação de Auschwitz, que possamos ser vigilantes guardiões da dignidade humana e defensores incansáveis da paz.
Lembrar é resistir, e resistir é garantir que a luz da humanidade jamais seja apagada pelas trevas da intolerância!
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