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Machados de mão achados no Iraque podem ter 1,5 mi de anos

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Machados de mão achados no Iraque podem ter 1,5 mi de anos
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A arqueóloga Ella Egberts, da Vrije Universiteit Brussel (VUB) (Bélgica), realizou expedição ao Iraque entre novembro e dezembro de 2024 como parte de projeto-piloto voltado à busca por materiais arqueológicos de superfície.

O objetivo é compreender a história geomorfológica do Deserto Ocidental iraquiano, na região de Al-Shabakah, e avaliar o potencial de preservação de sítios arqueológicos com vestígios do Paleolítico Inferior e Médio. A campanha foi um grande sucesso e Egberts pretende dar continuidade às pesquisas na região pela VUB.

“O trabalho de campo superou nossas expectativas“, afirmou Egberts à VUB. “Nosso levantamento resultou na descoberta de sete sítios paleolíticos em área de 10 km por 20 km. Um dos locais foi selecionado para estudo sistemático a fim de analisar a distribuição espacial do material paleolítico e realizar análises tecnológicas e tipológicas preliminares.”

Ruínas da Babilônia e o palácio de Saddam Hussein, que ficam no Iraque (Imagem: Dynamoland/Shutterstock)

Histórico da região onde os machados foram encontrados

  • A região explorada abrigava, durante o Pleistoceno, grande lago que, hoje, está completamente seco, atravessado por antigos leitos de rios secos, conhecidos como wadis;
  • Ao longo da pesquisa, Egberts coletou mais de 850 artefatos, incluindo machados de mão extremamente antigos, datados do Paleolítico Inferior, e lascas Levallois do Paleolítico Médio, todos encontrados na superfície do solo;
  • “Outros sítios também merecem investigação sistemática tão detalhada quanto essa, pois, certamente, revelarão quantidades semelhantes de material lítico”, acrescentou a pesquisadora;
  • Com base na distribuição dos sítios e no avanço do entendimento da história geomorfológica da região, estão surgindo indícios sobre como os primeiros humanos utilizavam essa paisagem;
  • “No futuro, espero expandir minha pesquisa para área maior, realizar coletas sistemáticas em todos os sítios e aprofundar a análise tecnológica e tipológica dos artefatos”, explicou Egberts;
  • As novas descobertas no Iraque serão integradas ao conhecimento mais amplo sobre a evolução e o comportamento humano na Península Arábica.

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Treinamento e divulgação científica

Além da pesquisa arqueológica, Egberts também enfatizou o aspecto educacional de seu trabalho no Iraque. “Uma parte essencial do nosso trabalho de campo foi o treinamento de estudantes iraquianos em geoarqueologia e arqueologia do Paleolítico. Três alunos nos acompanharam durante as escavações, e, após o trabalho de campo, realizamos um workshop na Universidade de Al-Qadisiyah [Iraque], inspirando muitos outros estudantes e acadêmicos a se aprofundarem no Paleolítico iraquiano.”

Os achados também foram compartilhados em diferentes ambientes acadêmicos e públicos. “Apresentamos nossos resultados em conferência em Karbala [Iraque], onde discutimos nossas descobertas com audiência multidisciplinar interessada na história do Deserto Ocidental. No Sindicato dos Escritores de Najaf, compartilhamos as informações com o público em geral e com a imprensa. Foi especialmente gratificante ensinar crianças do ensino fundamental sobre a descoberta de artefatos de sílex pré-históricos.”

Trabalho no Iraque e próximos passos

Apesar da percepção de que o Iraque ainda é região instável, Egberts relatou que sua experiência no país foi tranquila. “Fora a presença de diversos postos de controle, conseguimos realizar nosso trabalho sem problemas. As pessoas são amigáveis, e, na verdade, é muito agradável trabalhar no Iraque. No ano passado, tivemos que adiar nossa expedição devido a um alerta de segurança, provavelmente relacionado à guerra em Gaza, mas, fora isso, tudo ocorreu bem.”

Relógio Erbil
Antigo relógio Erbil também está no Iraque (Imagem: alend.alissa/Shutterstock)

O Departamento de Antiguidades e Patrimônio do Iraque tem apoiado e incentivado as pesquisas da equipe. “Nosso próximo passo será garantir financiamento para reconstruir as mudanças ambientais do Pleistoceno e entender melhor a presença e o comportamento dos primeiros humanos no Deserto Ocidental”, concluiu Egberts.

Fonte: olhardigital.com.br

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