Eu não morri.
Eu ainda estou aqui.
Eu ainda possuo minhas brigas internas.
Eu ainda luto contra os meus demônios.
Eu ainda olho no espelho e me pergunto o porquê das coisas serem com são.
Eu ainda me esforço.
Eu ainda tenho minhas inseguranças.
Eu ainda tento não me sabotar.
Eu ainda não sei lidar com o fracasso.
Eu ainda, mesmo dilacerando, ponho um sorriso no rosto e vou à luta.
Eu ainda quero amar e ser amado.
Eu ainda amo as coisas simples da vida.
Eu ainda amo a arte, a dança, a cultura, o amor.
Eu ainda sinto amor e ódio pelo ser-humano.
Eu ainda tenho meus hobbies.
Eu ainda sinto, e sinto muito.
Eu, talvez por sentir muito, também tenha muito a dizer.
Eu não vou guardar mais para mim.
Eu não mereço ser um aterro.
Eu mereço fazer as pazes comigo.
Eu não posso morrer.
Eu tenho muito a dizer para as pessoas.
Eu vou fazer muito por mim e por quem eu quero bem.
Eu vou deixar sem chão aqueles que riram de mim sem teto.
Eu darei sentido à minha vida.
Eu sei que ela vai terminar.
Eu sei que vou morrer um dia.
Eu, hoje, não estou morto.
Eu recebo, em todos os amanheceres, o maior presente que alguém poderia receber: ainda estar aqui.
vini
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