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Árvore revela o que inversão do campo magnético causa na Terra

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Árvore revela o que inversão do campo magnético causa na Terra
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O campo magnético da Terra é essencial para a existência de vida no planeta. No entanto, ele não é estático: pelo contrário, está sempre mudando e, a cada algumas centenas de milhares de anos, ele se inverte completamente. A última vez que isso aconteceu foi há cerca de 42 mil anos.

Esses eventos de reversão são conhecidos há muito tempo pela ciência, mas o impacto na vida terrestre e no meio ambiente é pouco conhecido.

Uma árvore milenar fossilizada descoberta na Nova Zelândia deu pistas de como era a Terra da última vez que o campo magnético mudou.

Campo magnético protege a Terra da radiação ultravioleta e possibilita existência de vida (Imagem: Alones/Shutterstock)

Campo magnético da Terra inverte a cada centenas de milhares de anos

Nessas ocasiões, o norte magnético da Terra troca de lugar com o sul magnético. A última grande reversão geomagnética aconteceu há 780 mil anos. Algumas delas podem durar até 10 mil anos.

No entanto, alguns dos eventos são mais curtos em duração e foram chamados de excursões geomagnéticas. A mais recente foi registrada há cerca de 42 mil anos e é conhecida como evento de Laschamps.

Apesar desse fenômeno ser bastante conhecido na ciência, os efeitos práticos da inversão não são totalmente compreendidos.

Árvore de 42 mil anos encontrada fossilizada na Nova Zelândia
Árvore ficou preservado por 42 mil anos e revela segredos do passado terrestre (Imagem: Nelson Parker/Reprodução)

Árvore milenar revela segredos do passado da Terra

Um fóssil de árvore perfeitamente preservado por 42 mil anos foi desenterrado na Nova Zelândia, quando trabalhadores preparavam o terreno para uma usina de energia no local. Os anéis do tronco da árvore kauri oferecem um vislumbre de 1.700 anos das condições ambientais no planeta durante o evento de Laschamps.

O estudo foi publicado no periódico Science em 2021, mas segue chamando atenção da comunidade científica até hoje. Chris Turney, coautor principal, explicou ao New Atlas recentemente que a equipe conseguiu medir e datar o pico nos níveis de radiocarbono atmosférico causado pelo colapso no campo magnético da Terra. A análise permitiu criar uma linha do tempo da época.

Em seguida, o estudo usou os dados para criar um modelo climático global e descobrir quais os efeitos da mudança no meio ambiente.

Leia mais:

Como era a Terra na última inversão do campo magnético

Eles descobriram que, há 42 mil anos, a camada de ozônio estava esgotada, com níveis altos de radiação ultravioleta e aumento na ionização da atmosfera.

Alan Cooper, também coautor do estudo, sugeriu que outras condições ambientais observadas na árvore podem ter acontecido durante o chamado Evento de Adams. Por exemplo, a presença de auroras no planeta inteiro (não só nas regiões polares, como estamos acostumados).

A pesquisa também associou as mudanças no campo magnético à evolução da vida na Terra. Os autores sugerem que a interrupção do campo também mudou a dinâmica das artes rupestres, já que os hominídeos tiveram que procurar abrigo nas cavernas. Além disso, as impressões de mãos na cor ocre vermelho pode indicar que as tintas eram usadas como protetor solar.

Outras hipóteses indicam que o Evento de Adams pode ter causado a extinção de espécies na Austrália e até acelerado a extinção dos neandertais.

Árvore de 42 mil anos encontrada fossilizada na Nova Zelândia
Pesquisa analisou níveis de radiocarbono na árvore (Imagem: Nelson Parker/Reprodução)

Futuro da pesquisa

A pesquisa ressoa no mundo científico até hoje:

  • Chris Stringer, do Museu de História Natural de Londres, falou em entrevista ao jornal The Guardian que o Evento de Adams pode ter contribuído para a extinção dos neandertais, mas há indícios de que esses hominídeos sobreviveram por mais tempo depois disso;
  • Já Alan Cooper destaca que os insights presentes no estudo podem sugerir (com as devidas ressalvas) o que aconteceria se o mundo fosse afetado hoje por uma inversão no campo magnético;
  • Ele apontou os movimentos atuais do polo magnético norte através do Hemisfério Norte como um potencial sinal de alerta.

Fonte: olhardigital.com.br

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