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James Webb flagra buraco negro da Via Láctea emitindo “bolhas cósmicas”

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James Webb flagra buraco negro da Via Láctea emitindo “bolhas cósmicas”
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O buraco negro no centro da nossa galáxia está mais ativo do que os cientistas imaginavam, lançando erupções constantes de radiação e energia. Novas observações do Telescópio Espacial James Webb (JWST) revelam que Sagitário A* (Sgr A*), o buraco negro supermassivo da Via Láctea, está em um estado contínuo de atividade, produzindo flares de diferentes intensidades e durações.

Essas explosões de energia se assemelham a bolhas cósmicas que se expandem e dissipam no espaço ao redor. Os cientistas observaram que algumas dessas erupções são apenas pálidos lampejos que duram segundos, enquanto outras são muito mais brilhantes e energéticas.

Telescópio Espacial James Webb observou “bolhas cósmicas” no buraco negro da Via Láctea (Imagem: Vadim Sadovski / Shutterstock.com)

Além disso, os eventos mais sutis podem persistir por meses seguidos. Essas descobertas ajudam a entender melhor como os buracos negros interagem com seu ambiente e influenciam a evolução das galáxias.

Os resultados da pesquisa foram publicados na edição de hoje (18) do The Astrophysical Journal Letters.

Explosões constantes e comportamento imprevisível

“As erupções são esperadas em praticamente todos os buracos negros supermassivos, mas o nosso é único”, afirmou Farhad Yusef-Zadeh, líder da pesquisa e pesquisador da Northwestern University, em um comunicado. “Ele está sempre borbulhando com atividade e nunca parece atingir um estado estável.”

A equipe usou a câmera de infravermelho próximo do JWST (NIRCam) para monitorar Sgr A* por vários períodos de 8 a 10 horas, totalizando dois dias de observação ao longo de um ano. O comportamento registrado foi surpreendente, com erupções de intensidades variadas ocorrendo de forma aparentemente aleatória. Assista:

“Observamos o buraco negro múltiplas vezes em 2023 e 2024, e notamos mudanças em todas as observações”, disse Yusef-Zadeh. “Vimos algo diferente a cada vez, o que é realmente impressionante. Nada nunca permaneceu igual.”

O mistério das erupções

A equipe ainda não compreende totalmente os mecanismos que estão gerando essas erupções em Sgr A*. No entanto, suspeita-se que diferentes processos possam estar por trás dos eventos de diferentes durações.

Os cientistas compararam o disco de acreção do buraco negro a um rio: as pequenas erupções seriam como ondulações na superfície causadas por distúrbios menores, enquanto as explosões mais brilhantes e duradouras seriam equivalentes a ondas gigantes provocadas por eventos mais extremos.

Ao fundo, a Via Láctea, com o buraco negro supermassivo Sagitário A* no destaque. Créditos: Via Láctea (Muratart – Shutterstock); Buraco negro (EHT). Edição: Olhar Digital

“É similar ao que ocorre com o campo magnético do Sol, que se acumula, se comprime e depois gera uma erupção solar“, explicou Yusef-Zadeh. “Claro, os processos no entorno de um buraco negro são muito mais extremos e energéticos.”

Leia mais:

Planos para novas observações

Outro dado intrigante revelado pelo estudo foi um pequeno atraso temporal entre as mudanças de brilho em diferentes comprimentos de onda da radiação. Esse atraso, que variou de poucos segundos a 40 segundos, pode indicar a perda de energia das partículas aceleradas ao longo da evolução de uma erupção.

Agora, os pesquisadores esperam utilizar o JWST para um estudo ainda mais longo, com observações ininterruptas de 24 horas. Segundo Yusef-Zadeh, essa abordagem ajudaria a reduzir o ruído dos dados e poderia revelar padrões nas erupções de Sgr A*.

Fonte: olhardigital.com.br

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