A rede social canadense Rumble apresentou uma ação à Justiça dos Estados Unidos para processar o ministro Alexandres de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O protocola cita o bloqueio de diversas contas de usuários, incluindo um “muito conhecido”, e acusa o ministro de censura a conservadores.
A Rumble é uma rede social de vídeos parecida com o YouTube, que ficou conhecida entre o público conservador dos Estados Unidos.
O que é a Rumble?
A Rumble é canadense, mas se popularizou entre conservadores dos Estados Unidos. A rede social de vídeos é parecida com o YouTube (inclusive no visual) e promete “proteger uma internet livre e aberta”.
Segundo uma reportagem do New York Times, a plataforma começou com vídeos virais de gatinhos. Foi só em janeiro de 2021, com a invasão do Capitólio por apoiadores de Donald Trump contrários à posse de Joe Biden, que os conservadores migraram para a Rumble. Isso porque Trump apoiou a invasão publicamente nas redes sociais, o que causou seu bloqueio (incluindo no X).
Depois disso, plataformas como X e YouTube passaram a coibir publicações que violavam as regras de uso, fazendo com que usuários migrassem. Trump, por exemplo, criou a Truth Social (que também processa Alexandre de Moraes) como alternativa. Inclusive, a canadense tem relações com o governo americano: recebeu investimentos de pessoas próximas ao atual presidente, incluindo o vice-presidente J.D. Vance.
Ainda de acordo com o NYT, quando o republicano foi reeleito à presidência, influencers publicaram conjuntamente na Rumble: “somos a mídia agora”.

As polêmicas da Rumble
Como lembrou o g1, a Rumble acumula polêmicas:
- Em 2022, o influencer conservador Joe Rogan, que tem um dos podcasts mais populares do mundo, proferiu falas racistas e espalhou desinformação sobre a Covid em seu programa no Spotify. A rede social aproveitou a pressão pública e fez uma oferta para levar o The Joe Rogan Experience à plataforma.
- Na época, o CEO Chris Pavlovski escreveu “Caro Joe, nós estamos com você, seus convidados e sua legião de fãs que querem conversas reais. Que tal trazer todos os seus programas para o Rumble, tanto os antigos quanto os novos, sem censura, por US$ 100 milhões ao longo de quatro anos?”;
- Já no ano seguinte, o comediante Russel Brand estava sendo acusado de agressões sexuais por quatro mulheres (este ano, ele virou réu). O Parlamento britânico obrigou as redes sociais a suspenderem a monetização dos vídeos do canal de Brand – e a Rumble se negou;
- De acordo com a Reuters, Pavlovski citou que obedecer seria “politicamente e socialmente mais fácil”, mas que a rede social não se juntaria à “cultura do cancelamento”.

E no Brasil?
A Rumble estava disponível no Brasil, mas, segundo a Reuters, desabilitou o acesso de usuários em 2023. O motivo? Ordens judiciais para “remover certos criadores”.
Em 2024, a empresa entrou com recurso para investigar as contas bloqueadas por decisão de Mores, o qual o STF rejeitou. A plataforma alegou censura.
A rede social só voltou a funcionar aqui no começo desse ano.
Leia mais:
Rumble e Truth Social processam Alexandre de Moraes
A Rumble e a Truth Social, de Trump, entraram com ação nos Estados Unidos contra o ministro Alexandres de Moraes alegando censura no bloqueio de contas, incluindo a de um influencer “‘muito conhecido”.
O processo pede que as medidas não tenham efeito legal nos EUA. Isso porque, com o bloqueio, os conteúdos param de estar disponíveis.
Moraes deu 48 horas para que a plataforma nomeie um representante legal no Brasil, podendo ser suspensa por aqui.
Fonte: olhardigital.com.br
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