Recebemos convite de cabine de imprensa para conferir o filme Sneaks: De pisante novo. É uma animação super curtinha, de 90 minutos e de classificação livre para todos os públicos.
A saber, o filme dirigido por Rob Edwards, roterista de um grande clássicos da disney: A Princesa e o Sapo. Como distribuição nacional da Imagem filmes, essa animação conta a história de Téo e Rebeca, um par de tênis de grife de alto valor que vivem protegidos dentro de sua caixa, até que um dia são ganhos por Edson, um garoto humilde com o sonho de se tornar jogador de basquete.
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No entanto, tudo muda quando Téo e Rebeca são roubados por um famoso colecionador mas acabam separados um do outro. Téo, perdido nas ruas de Nova York, conhece Beto, um tênis desgastado porém cheio de atitude que vive de acordo com as regras das ruas. Os dois então partem em uma aventura em busca do colecionador, a fim de ir ao encontro de Rebeca, enfrentando diversos obstáculos que podem desgastar um tênis, fazendo Téo perceber que a vida pode ser muito mais emocionante fora da caixa.
Fórmula Conhecida
não há muitos elogios a serem feitos, mas o filme está longe de ser ruim. Então, é bom? Não exatamente. O mais justo a dizer é que “Sneaks: De Pisante Novo” se esforça para ser bom. É aquele tipo de filme que você assiste sem grandes expectativas — e, quanto menores elas forem, melhor será a sua experiência cinematográfica.

Os diálogos são simples e genéricos, nada que já não tenha sido visto em outros filmes que apostam na mesma fórmula de frases de efeito — aquelas que o público já está cansado de ouvir.
A trilha sonora não compromete, mas também não marca. Nenhuma das músicas gruda na cabeça como um disco riscado, mas todas combinam bem com o ambiente urbano proposto pelo longa.
Inspiração ou Coincidência?
Uma observação que gostaria de destacar é a semelhança da identidade visual de “Sneaks: De Pisante Novo” com o universo de Miles Morales no filme Homem-Aranha no Aranhaverso (2018). Elementos como o uso de cores vibrantes, grafites, a temática do basquete e até mesmo os sneakers de Miles — que funcionam como uma forte referência de estilo pessoal — estão presentes em ambos os filmes. Apesar de serem temas livres, que qualquer produção pode abordar, os traços visuais e estéticos de Sneaks evocam uma sensação constante de “já vi isso antes”.
Pensando um pouco mais a fundo, não seria difícil convencer um espectador leigo de que Sneaks é uma espécie de história paralela à de Miles. Como se os tênis dele tivessem ganhado vida. Pode soar exagerado, eu sei, mas essa foi a impressão que tive pela semelhança estética entre as duas produções — e isso, de certa forma, pode dificultar a consolidação de uma identidade visual própria para Sneaks.
Ah, e vale mencionar: embora Edson não seja o protagonista, senti que ele merecia mais tempo de tela e uma personalidade mais bem desenvolvida. Ele tem potencial, mas acabou ficando em segundo plano.
Cultura e Representatividade
Um ponto que me decepcionou profundamente foi a participação da Rayssa Leal. O elenco de dublagem brasileiro conta com Jottapê (como Téo). Christian Malheiros (como Beto) e a própria Rayssa, que interpreta uma personagem com o mesmo nome. Pela divulgação, a impressão que fica é de que a medalhista olímpica teria um papel de destaque, no mesmo nível de seus colegas de elenco — mas, infelizmente, não é isso que acontece. Se Rayssa tiver cinco minutos de tela e mais de quatro falas ao longo do filme, é muito. A fadinha do skate, que conquistou tanta visibilidade nos últimos anos por suas grandes vitórias, foi, lamentavelmente, usada apenas como chamariz promocional.
Mas como eu já disse: o filme não é ruim. Um ponto muito legal de se destacar é a celebração da cultura urbana, com referências ao hip-hop, ao basquete, e aos sneakers. Ou seja, que funcionam como um elo entre esses dois universos.
Além disso, o longa entrega uma representatividade importante com diversos personagens negros — desde figurantes até o DJ da festa, o interesse romântico, coadjuvantes etc. Esse é um ponto sensível e fundamental. Principalmente porque filmes infantis desse porte ajudam a formar repertórios visuais e narrativos importantes para o desenvolvimento crítico das crianças.
Por fim, “Sneaks: De Pisante Novo”, apesar de seus deslizes, pode sim ser considerado uma boa opção de entretenimento para a criançada. O filme, além de lúdico, carrega mensagens valiosas como “viver e pensar fora da caixa” e “o mundo lá fora pode ser perigoso, mas também é maravilhoso”. Mamães e papais que forem acompanhar os pequenos podem ir tranquilos — é um filme que até vale a pena assistir.
“Sneaks: De Pisante Novo” estreia no dia 17 de abril nos cinemas.
E por hoje é só, pessoal!
Beijinhos da Pietra 💖
Fonte: www.pipocandonoticias.com.br
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