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A Falta de Humanidade em Tempos Líquidos

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É fato que o ser humano é um ser sociável e precisa, por natureza, sentir-se parte de algo. Seja de uma tribo ou de um grupo, ele necessita se sentir pertencente. Tanto é que Durkheim defendia a tese de que quanto mais separado da sociedade o indivíduo estiver, pior será a sua vida. E tal tese se comprova a cada dia que passa, mesmo que tenha sido escrita há mais de cem anos.

Um ser tão complexo, mas ao mesmo tempo tão mágico. Às vezes nos esquecemos que cada pessoa carrega um universo dentro de si e que, no fim, só queremos ser entendidos e abraçados. Ao mesmo tempo, carregando esses nossos universos, podemos colapsar, afinal, não somos feitos de ferro. Somos seres humanos.

No meio disso, há uma sociedade capaz de abraçar o mundo por cliques, mas incapaz de abraçar uma pessoa que esteja realmente precisando de ajuda. Incapaz de olhar nos olhos e encarar de frente as tempestades cósmicas presentes na vida do próximo. Uma sociedade que coloca como meta atingir um determinado número de seguidores, mas não cumpre a divina missão de simplesmente estender a mão ao próximo. Que transforma o próprio corpo num copo descartável, onde alguém vem, usa e joga fora. Para, no final de tudo, quando o prazer momentâneo passar, o vazio, a comparação e a falta de sentido voltam a vir à tona. E então, o ciclo se repete mais e mais, aumentando a dependência das pessoas nas redes sociais, nos likes, nos elogios vulgares, nas visualizações, no que os outros estão pensando e/ou falando através do que é postado, no que é passageiro e se esvai com o tempo: a beleza idealizada.

Os stories são apagados, as publicações esquecidas e os seguidores nem se importam tanto; e é então que esquecemos do que realmente importa e que está a passos de nós. Da conexão mais intensa que uma banda larga. Da conexão humana. Da única conexão capaz de salvar o outro de desativar sua própria rede. De salvar o outro da desconexão com o que é real, com a vida.

No fim, a realidade é que o ser humano anda perdido, invertendo o que importa com aquilo que é banal. Engolido por tempos líquidos, onde tudo é feito para acabar rapidamente. Envolvido em máscaras para se encaixarem onde não deveriam. Preso num comportamento completamente superficial, tirando a essência de cada ser.

Como diz o meu grande amigo, eterno mestre e também colunista deste mesmo site, Leonardo Stefano: o ser humano é especialista em ser desumano. E ele tem razão.

Falta humanidade no ser humano.

Falta, genuinamente, importar-se com a dor de alguém.

Falta a falta de liquidez nos dias atuais.

Nós viemos e vamos embora sozinhos, mas o meio do caminho não precisa ser tão solitário.

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