Conforme anunciado no Calendário Astronômico de janeiro, publicado pelo Olhar Digital no início do mês, um cometa pode ser observado nos céus do Hemisfério Sul (incluindo o Brasil) desde o dia 13, com pico de visibilidade a partir desta segunda-feira (20). E trata-se de uma oportunidade única, já que a órbita do objeto é de centenas de milhares de anos.
Denominado C/2024 G3 (ATLAS) o cometa, que é estimado como o mais brilhante do ano, passou a ser visível após o periélio (ponto mais próximo do Sol), quando atingiu uma magnitude de 0,6. Naquela situação, havia grande chance de desintegração. Imagens divulgadas nas redes sociais comprovam que ele sobreviveu ao arriscado encontro – talvez não por muito tempo, no entanto.
O registro acima foi obtido pelo astrônomo amador Pedro Augusto, de 17 anos, em Goiânia (GO). Em entrevista ao G1, o jovem contou que o fenômeno foi registrado no Setor Vila União por volta das 19h30, permanecendo visível por cerca de 20 minutos. “Inicialmente, o cometa voltaria a cada 160 mil anos, mas com essa passagem sua órbita sofreu um alongamento, e está previsto para 600 mil anos”.
O cometa também foi fotografado no estado do Rio de Janeiro. “Acho que não vi um cometa tão bonito quanto este desde o Hale-Bopp em 1997”, publicou o astrofotógrafo Daniel Mello, que capturou a imagem abaixo em Maricá, no domingo (19).
Leia mais:
Para tornar ainda mais encantador o espetáculo, vaga-lumes decoraram a paisagem em Jaquirana, no Rio Grande do Sul, onde Gabriel Zaparolli obteve aquela que ele mesmo descreve como a cena mais linda que ele já viu em toda sua trajetória como astrofotógrafo.
Uma sequência de fotos publicada no X (antigo Twitter) pelo astrônomo húngaro Lionel Majzik, usando um telescópio no Chile, mostra uma mudança preocupante no objeto ao longo dos três últimos dias: ele “perdeu a cabeça” após a aproximação com o Sol – e pode estar morrendo.
Segundo a plataforma de climatologia e meteorologia espacial Spaceweather.com, uma desintegração semelhante aconteceu com o cometa Lovejoy (C/2011 W3) após o periélio, em dezembro de 2011. Na ocasião, o objeto perdeu seu núcleo (“cabeça”) enquanto ainda mantinha uma cauda visível.
Possible disintegration of C/2024 G3 (ATLAS)?
Following up on my previous report, my latest images further confirm significant changes in the coma!#comet #c2024g3 #atlas #c2024g3atlas #disintegration pic.twitter.com/iOqyAGI6R0— Lionel Majzik (@lionelm_astro) January 20, 2025
Por que o cometa recebeu o nome de C/2024 G3 (ATLAS)?
- De acordo com a organização The Planetary Society, o nome do cometa C/2024 G3 (ATLAS) descreve como ele foi detectado;
- O “2024 G3” vem de ser o terceiro cometa descoberto no início de abril do ano passado;
- Por fim, o objeto foi avistado pela primeira vez pelo Sistema de Último Alerta para Impacto de Asteroides com a Terra – ATLAS, na sigla em inglês.
Fonte: olhardigital.com.br
Comente