Se o produto da Primeira e da Segunda Guerra Mundial foi a Guerra Fria… hoje, o produto da Nova Guerra Fria pode ser a Terceira Guerra Mundial.

A contemporaneidade testemunha uma inquietante reconfiguração geopolítica, onde nações de regime autocrático, a saber, Rússia, China, Coreia do Norte e Irã, articulam-se em oposição às democracias, como os Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, Japão, Coreia do Sul, etc. Este cenário remete-nos à polarização característica da Guerra Fria. Contudo, com nuances que potencialmente prenunciam um conflito de proporções globais.
Tensões, Ambições Territoriais e Anexações:
Rússia e Ucrânia: A Federação Russa, sob a égide de Vladimir Putin, perpetrou a anexação da Crimeia em 2014 e, subsequentemente, em 2022, formalizou a incorporação de regiões ucranianas, a saber, Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia, desconsiderando a soberania ucraniana e desafiando o direito internacional.
China e Taiwan: A República Popular da China reivindica Taiwan como parte inalienável de seu território, intensificando pressões militares e diplomáticas para a reunificação, não descartando o emprego da força, o que exacerba as tensões no Indo-Pacífico.
Irã e Israel: Embora a República Islâmica do Irã não manifeste explicitamente intenções de anexação, sua retórica beligerante e o apoio a facções hostis a Israel configuram uma ameaça existencial ao Estado judaico, fomentando instabilidade no Oriente Médio.
Israel e Faixa de Gaza: O Estado de Israel mantém um bloqueio rigoroso sobre a Faixa de Gaza, governada pelo Hamas, sem, contudo, empreender movimentos recentes de anexação formal, embora as políticas expansionistas em outras áreas suscitem controvérsias.
Estados Unidos e Ambições Expansionistas: O presidente eleito Donald Trump proferiu declarações sugerindo a incorporação do Canadá como o 51º estado americano, a retomada do controle do Canal do Panamá e a aquisição da Groenlândia, suscitando reações veementes da comunidade internacional.
Alinhamentos Políticos, Econômicos, Militares e “Corrida Espacial”
A aliança entre regimes autoritários fortalece-se mediante cooperação em esferas políticas, econômicas e militares. A “Corrida Armamentista” contando com o desenvolvimento de armamentos avançados, incluindo mísseis hipersônicos ou de capacidade nuclear, configura uma ameaça tangível à segurança global. Paralelamente, as democracias ocidentais reforçam suas parcerias estratégicas, incrementando investimentos em defesa e consolidando uma dinâmica reminiscente da bipolaridade da Guerra Fria. Entre outras características apresentadas na Guerra Fria a “Corrida Espacial” não se isenta. Além de exercer o domínio sobre o mar (navios), o fundo do mar (submarinos), a terra (tanques, exércitos etc.), o céu (aviões, helicópteros, drones, etc.), ainda contamos com a busca pelo domínio do espaço onde satélites estrategicamente posicionados em tempo real alimentam com informações precisas e valiosas no que tange ao caráter militar.
Risco de Conflagração Global:
A escalada de tensões, aliada às ambições expansionistas e ao aprimoramento de arsenais bélicos, eleva o espectro de uma conflagração mundial. A interdependência econômica global e a proliferação de armas de destruição em massa amplificam os riscos, tornando imperativa a busca por soluções diplomáticas que mitiguem a possibilidade de um conflito armado de proporções catastróficas.
Em suma, o atual panorama geopolítico, marcado por alianças entre regimes autoritários e democracias, zonas de influências, ambições territoriais e avanços militares, espelha a polarização da Guerra Fria, porém com complexidades adicionais que podem precipitar uma Terceira Guerra Mundial, caso não sejam adotadas medidas de contenção e diálogo internacional.
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