Núcleo interno da Terra pode não ser tão sólido quanto se pensava

Pesquisadores da Universidade da Carolina do Sul (USC), nos EUA, descobriram que o núcleo interno da Terra pode ser mais “mole” do que se imaginava. Até então, acreditava-se que essa estrutura, localizada a cerca de 4.828 quilômetros abaixo da superfície, era uma esfera metálica completamente sólida.

No entanto, essa ideia acaba de ser refutada por uma equipe de cientistas liderada pelo professor John Vidale, da USC – que não estava buscando redefinir a composição do núcleo, mas sim estudando sua rotação. Pesquisas anteriores já mostravam que o núcleo interno está desacelerando, então, eles usaram dados de ondas sísmicas para mapear esse movimento.

Em resumo:

• Pesquisadores dos EUA descobriram que o núcleo interno da Terra pode ser menos rígido do que se imaginava;
• A equipe fez a descoberta por acaso, enquanto investigava a rotação do núcleo – e não sua composição;
• Eles analisaram mais de 100 terremotos ao longo de três décadas para mapear o interior do planeta;
• Ondas sísmicas registradas mostraram características inesperadas para um núcleo totalmente sólido.

Núcleo menos rígido muda tudo o que se sabe sobre a dinâmica interna da Terra

O time analisou registros de 121 terremotos ocorridos entre 1991 e 2024. Os eventos escolhidos aconteceram em 42 locais próximos às Ilhas Sandwich do Sul, no Atlântico Sul. Ondas sísmicas viajam pelo interior do planeta e ajudam a revelar sua estrutura.

Foi durante essa investigação que a equipe encontrou algo inesperado. Um conjunto de ondas sísmicas apresentava propriedades incomuns, diferentes do que se esperava de um núcleo totalmente sólido. Em um comunicado, Vidale relatou que, ao revisar décadas de registros, percebeu que estava diante de uma possível evidência de que o núcleo interno do globo não é tão rígido quanto se pensava.

Se confirmada, essa descoberta pode mudar a compreensão sobre a dinâmica interna da Terra, incluindo o funcionamento do campo magnético e a movimentação do calor no planeta.