Prometendo rejuvenescimento profundo, o peeling de fenol viralizou nas redes sociais como um segredo para a pele perfeita. Mas o que os vídeos não mostram são os riscos graves por trás da substância: absorvido pelo organismo, o fenol pode causar arritmias cardíacas, danos aos rins e até levar à morte. A Anvisa já proibiu seu uso estético no Brasil, após casos de complicações fatais. Afinal, até que ponto vale arriscar a saúde em nome da beleza?
O peeling de fenol age promovendo uma queimadura química controlada na pele, estimulando sua regeneração e garantindo uma aparência mais lisa e uniforme. Antes de virar tendência no TikTok e no Instagram, o procedimento já havia sido utilizado por cirurgiões plásticos de forma mais invasiva, combinado à esfoliação profunda.
No entanto, o método caiu em desuso por conta dos riscos severos à saúde – incluindo possíveis associações ao câncer de pele. Mesmo assim, a promessa de rejuvenescimento extremo fez com que o tratamento voltasse aos holofotes, agora sem regulamentação adequada.
Pesquisa investiga riscos do peeling de fenol e reforça alerta sobre sua proibição
De acordo com o Jornal da USP, a pesquisadora Nathaly Ciaramicolo, mestre pela Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB) da USP, analisou os efeitos adversos do peeling de fenol já registrados na literatura científica. Seu estudo aponta que a substância, altamente tóxica, deve permanecer proibida para uso estético enquanto não houver normas de segurança específicas.
A proibição do produto já foi um grande avanço para que os comitês de ética possam aprovar nossas pesquisas”, afirma Ciaramicolo. Décadas atrás, ele era aplicado por especialistas em procedimentos agressivos para rejuvenescimento facial. Seu efeito profundo na pele garantia resultados visíveis, mas os riscos elevados fizeram com que a substância fosse gradativamente substituída por métodos mais seguros.
A popularização recente do procedimento nas plataformas digitais reacendeu o alerta entre especialistas. Sem controle adequado, a substância pode causar danos cardíacos, falência renal e necrose da pele. Para Ciaramicolo, a desinformação sobre os riscos do fenol exige uma regulamentação rigorosa antes que qualquer uso estético seja considerado seguro.
Redes sociais e a banalização dos procedimentos estéticos
A busca por padrões de beleza nas mídias sociais tem impulsionado o crescimento desenfreado de procedimentos estéticos, muitas vezes sem o devido controle. Segundo Nathaly Ciaramicolo, cursos rápidos e promessas de resultados instantâneos incentivam a prática indiscriminada, tornando o fenol uma alternativa acessível – mas potencialmente fatal.
Em sua pesquisa, a especialista analisou dados do Google Trends e constatou que a popularidade dos tratamentos estéticos disparou a partir de 2012, com a ascensão do Instagram. A cada novo procedimento adotado por influenciadores ou celebridades, a busca por tratamentos estéticos aumenta.
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O desafio, segundo Ciaramicolo, está na responsabilidade dos profissionais de saúde. A pressão do marketing digital tem levado especialistas a priorizar tendências em vez da segurança do paciente. “A ética precisa prevalecer sobre a viralização”, reforça. Para ela, a solução passa pela conscientização e por um controle mais rigoroso da divulgação dos tratamentos.
Fonte: olhardigital.com.br
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