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Thunderbolts* é uma piada, e não diga que eu não avisei

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Thunderbolts* é uma piada, e não diga que eu não avisei
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A sua reputação te persegue? Porque com esse grupo de desajustados reunido em Thunderbolts*, a história é bem diferente. Assistimos com exclusividade ao filme que encerra a fase 5 do MCU e estreia nos cinemas no dia 1º de maio – e promete preparar o terreno para um futuro, digamos… promissor, na Marvel. Mas antes de falarmos sobre o que vem aí, confira agora as nossas impressões!

Thunderbolts* é uma piada, e não diga que eu não avisei

Os piores dos piores

A Marvel apresenta um novo grupo nada convencional de anti-herois integrado por Yelena Belova, Bucky Barnes, Guardião Vermelho, Fantasma, Treinadora e John Walker. Ao serem interceptados dentro de uma armadilha mortal, encabeçada pela Valentina Allegra de Fontaine, o time é forçado a trabalhar junto para escapar com vida. Não só irão enfrentar ameaças externas, como também os próprios traumas de um passado nada amigável.

Thunderbolts* é uma piada, e não diga que eu não avisei

Disfuncionais, imprevisíveis e movidos por histórias marcadas pela dor, eles precisarão encontrar uma razão para permanecer juntos e concluir uma missão. Mas será que conseguirão formar uma verdadeira equipe a tempo, ou suas sombras internas irão detonar tudo de dentro para fora?

As pessoas erradas para o trabalho

Um dos trunfos do filme está no seu roteiro. Logo na cena de abertura, já entendemos qual vai ser a tônica emocional da história: a depressão e o vazio existencial que ela deixa para trás. Um tema delicado e até pesado para um filme de herois, mas que aqui é tratado com uma empatia rara dentro do MCU. O longa não sacrifica a ação, nem força piadas fora de hora: tudo funciona num equilíbrio curioso entre o tom cinzento e uma veia de humor mais seco e sarcástico, que casa perfeitamente com o espírito disfuncional da equipe.

Thunderbolts* é uma piada, e não diga que eu não avisei

Encontramos no início uma Yelena sem propósito e sem brilho, entregue a uma rotina de missões cíclicas e sem fim. Florence Pugh é o coração pulsante do filme e carrega o arco emocional mais forte com maestria. A dor de seu passado e a perda de sua irmã, Natasha, é soterrada mas sentida em cada gesto e decisão da personagem, e isso é potencializado em diálogos muito bem colocados. Em uma conversa sincera com o seu pai, o Guardião Vermelho, perto do clímax revela camadas profundas da psique da personagem.

Florence constroi essa empatia de forma orgânica, conectando sua dor à dos outros membros da equipe, especialmente com Bob, um personagem surpreendentemente bem desenvolvido e essencial para a trama. Lewis Pullman entrega uma performance sutil, transitando entre diferentes nuances emocionais sem jamais cair na caricatura. Sua presença cresce conforme o filme avança, e seu impacto é sentido mesmo nos momentos mais silenciosos.

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Não só de dramas complexos e densos vive o filme. O humor marca presença e, felizmente, está mais alinhado com o que o filme propõe do que com o estilo escancarado de outras produções da Marvel. David Harbour, como o Guardião Vermelho, entrega um lado mais escrachado vivendo um paizão um tanto emocionado demais, que tenta criar laços enquanto derrapa na missão. 

Já a incrível Julia Louis-Dreyfus, rouba todas as cenas em que aparece. Vivendo pelos seus próprios interesses ela é manipuladora, debochada e cínica na medida certa, pegando emprestado o timing afiado que eternizou em Veep e injetando em Valentina uma energia imprevisível e hilária. Cada diálogo é um presente, e fica impossível não querer mais dela a cada nova aparição.

Thunderbolts* é uma piada, e não diga que eu não avisei

A beleza tá nos detalhes

As cenas de ação também merecem destaque. São bem coreografadas, trazem referências claras e ousadas, mas conseguem manter um certo frescor. Em muitos momentos, lembram a ação mais pé no chão de Capitão América: O Soldado Invernal, com pitadas visuais que remetem aos games Mortal Kombat, Injustice e até mesmo à sobriedade estilizada de Eternos. As influências estão bem dosadas e funcionam dentro da proposta do filme, que quer parecer mais ameaçador e denso sem perder o senso de realidade. O resultado é eficaz: dá peso às lutas e aumenta o senso de perigo sem apelar para o exagero.

O visual do filme também é um primor. Desde os primeiros materiais de divulgação, quando ainda não sabíamos ao certo o tom que o longa adotaria, já dava para perceber que o contraste visual seria um recurso narrativo importante. Cartazes que satirizam embalagens de cereais não estão ali só para fazer graça, eles têm uma função dentro da história. Essa mesma atenção ao contraste se reflete em cena, com uma direção que valoriza a geografia dos ambientes e te situa bem em cada espaço. A paleta cinzenta domina o filme do começo ao fim, mas ao invés de causar apatia, ela se harmoniza com o roteiro e mantém o espectador em estado de alerta. As jogadas de câmera durante a ação são bem pensadas, e os cortes não são agressivos como de costume, o que permite absorver melhor cada movimento.

Thunderbolts* é uma piada, e não diga que eu não avisei

O set piece final é interessante e entrega um desfecho digno. Conecta bem as tramas que foram sendo costuradas ao longo do filme e opta por uma abordagem mais introspectiva, em vez de se apoiar só em faíscas e nas explosões clichês. Ainda assim, há uma pequena ressalva: a resolução do conflito principal escorrega para um desfecho um tanto literal, apressado, como se o roteiro quisesse se livrar da última amarra o quanto antes. O filme tem como tema central a saúde mental e a importância de cuidar da própria dor para dar sentido à vida, então caberia aqui um encerramento mais simbólico, até mais filosófico. Seria interessante ver uma abordagem mais junguiana sobre o confronto com a própria sombra. Mas tudo bem — isso é só um capricho meu.

Thunderbolts e Bob irão retornar*

Fazer filmes baseados em quadrinhos, por muito tempo, se resumiu em apresentar a origem do heroi, revelar a ameaça, emendar uma sequência de ações frenéticas e finalizar com uma resolução previsível. O público se acostumou e, com o tempo, essa estrutura foi perdendo impacto. Por isso, quando um filme de heroi decide se comprometer com um tema real, trata dele com honestidade e ainda assim permanece fiel à linguagem dos quadrinhos, é aí que ele ganha minha atenção. Nem sempre vai agradar a todos, e tudo bem. Esse risco faz parte do jogo e, para mim, é o que torna a experiência interessante.

Thunderbolts* entrega tudo isso: ação bem dirigida e coreografada, atuações que transitam com precisão entre drama e humor, uma coesão visual que reforça sua proposta e, para os fãs da Marvel, duas cenas pós-créditos que estão entre as melhores que o estúdio já fez em muito tempo (*calma, a gente fala delas depois, sem spoilers por aqui!).

Thunderbolts* é uma piada, e não diga que eu não avisei

No fim das contas, Thunderbolts* é aquele tipo de filme que eu encarei sem nenhuma expectativa, considerando o histórico recente da Marvel. Mas fui surpreendido de um jeito que nem sei explicar direito. Tem ritmo, tem propósito e fecha com dignidade uma fase que foi, no mínimo, turbulenta para o estúdio.

Fonte: www.pippoca.com

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