O presidente Republicano, assinou nesta terça-feira (04), decreto que retira os Estados Unidos do Conselho de Direitos Humanos da ONU, órgão colegiado fundado em 2006 e composto por 47 países membros.
Reiterando a postura perante o conflito endêmico entre Israel e Palestina, a determinação de Donald Trump cessa financiamentos para uma das principais entidades que prestam auxílio ao povo palestino em Gaza, a Agência das Nações Unidas de Assistência aos refugiados da Palestina (UNRWA).
A medida não é nova no mandato de Donald Trump. Em 2018, quando assumiu a presidência, também retirou os EUA do Conselho e cortou o repasse ao UNRWA. As determinações só foram revogadas no mandato de Joe Biden, em 2021. No entanto, em 2024, o presidente democrata, também decidiu por encerrar o financiamento após uma série de acusações de Israel sobre supostos laços de funcionários da agência com o Hamas.
Já neste ano, no primeiro mês na presidência, Donald Trump anunciou outras suspensões de fundos americanos para à Agência das Nações Unidas que ajudavam imigrantes venezuelanos em Manaus, no Amazonas. As decisões se alinham à política “America First” adotada em sua gestão, que em suma, prioriza interesses estadunidenses em detrimento de medidas multilaterais.
O decreto foi assinado no mesmo dia em que Trump se encontrou com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em Washington. Netanyahu é um crítico do Conselho de Direitos Humanos da ONU, tendo inclusive acusado a agência da ONU de adotar uma postura anti-Israel e de se envolver em atividades terroristas contra o país.
Segundo Trump, a única alternativa para os palestinos seria abandonar Gaza e se deslocar para países vizinhos, como o Egito e a Jordânia, além de afirmar que os Estados Unidos assumiriam o controle da Faixa de Gaza. No entanto, para muitos, essa proposta está longe de atender às demandas do povo palestino. Pelo contrário, é vista como uma tentativa de limpeza étnica, forçando os palestinos a deixarem o território, que é de interesse de Israel. Em uma declaração contundente, o secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que o plano de Trump para realocar a população palestina de Gaza equivaleria a uma “limpeza étnica” e, se implementado, poderia tornar impossível a criação de um Estado palestino de forma definitiva.
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