Com a nova onda de adaptações de jogos, um novo Overworld surge nas telonas! Assistimos com exclusividade a Um Filme Minecraft, adaptação do icônico jogo de sandbox que chega aos cinemas no dia 3 de abril de 2025. Confira as nossas impressões sobre o longa.

Carregando um novo jogo
Após a perda da mãe, Henry (Sebastian Hansen) e sua irmã Natalie (Emma Myers) se mudam para uma nova cidade em busca de um recomeço. Enquanto tentam se adaptar à escola e à nova rotina, contam com a ajuda de Dawn (Danielle Brooks), a corretora responsável por sua casa. Tudo muda quando Henry conhece Garrett (Jason Momoa), um excêntrico colecionador de jogos antigos que recentemente adquiriu um misterioso orbe brilhante.

Num instante, os quatro são transportados para um mundo animado e pixelado, completamente diferente de tudo que conhecem. Para voltar para casa, precisarão desvendar os segredos desse universo. Mas para Henry, um garoto criativo por natureza, a ideia de ficar nesse mundo parece mais tentadora do que voltar à realidade. Ainda mais ao lado de seu mais recente amigo Steve (Jack Black). Agora, ele precisa decidir: encontrar um caminho de volta ou abraçar essa nova aventura cúbica?
Construindo bloco a bloco
O filme consegue representar muito bem a sensação de visitar um mundo de Minecraft numa versão realista, sem comprometer a lore já bem conhecida pela comunidade de jogadores. É uma atmosfera que lembra bastante os filmes dos Pequenos Espiões no começo dos anos 2000 e aventuras como Jumanji e Zathura.

O CGI está bem renderizado (se é que podemos dizer assim). Minecraft não é um jogo conhecido por seu apelo estético, então existe um repaginada no estilo Hollywood para deixar as texturas mais bonitas e a ambientação mais cinematográfica. No entanto, os personagens humanos não acompanham essa mesma qualidade, e a interação deles com o cenário digital frequentemente entrega o uso de tela verde, tornando algumas cenas menos imersivas.
Ele é recheado de referências e consegue colocar quem está assistindo dentro do mundo de Minecraft com todas as armas icônicas, os macetes de criação de equipamento, os itens quadrados pelo caminho, o uso da construção criativa que o jogo permite para fazer itens diferenciados, a morte dos inimigos que dropam itens, enfim, existiu uma vontade muito grande de transpor o mundo dos jogos para as telonas.

Temos uma dinâmica divertida e muito boa entre Jack Black e Jason Momoa, e surpreendentemente, não cansa como imaginei que iria. Ah, e a participação de Jennifer Coolidge como a diretora da escola de Henry está garantida como um insert no filme. Como sempre ela é hilária, mas não quero estragar a surpresa.
Tão básico quanto craftar madeira
Eu nem chamaria de pontos negativos, porque, no fim das contas, Um Filme Minecraft se trata de um produto, um parque de diversões gigante montado para atrair o público infantil e entregar uma experiência imersiva no universo do jogo. E, sendo bem sincero, dentro dessa proposta, ele entrega exatamente o que se propõe.
Os personagens são unidimensionais e existem mais para guiar a aventura do que para ter qualquer tipo de arco dramático ou desenvolvimento real. O roteiro não tem grandes surpresas, ele pega o caminho mais seguro, o que faz sentido quando o objetivo é replicar a diversão do jogo para a tela grande e não criar uma história que seja profunda e inovadora.

Então, sim, dá pra dizer que ele é simples. Mas esse é o ponto. Ele não quer ser mais do que isso. Esperar algo diferente seria o mesmo que abrir o jogo e reclamar que os personagens não têm monólogos existenciais. Isso aqui é Minecraft, não um drama do Scorsese! E dentro desse contexto, ele faz o trabalho direitinho.
Até que o Creeper é fofinho, vai!
Recentemente, a AppleTV+ lançou The Studio, uma série que acompanha um diretor de produção cheio de sonhos que, em vez de um grande épico cinematográfico, acaba encarregado de uma adaptação do Kool-Aid (tipo um Dollynho dos EUA), que os chefões acreditam que irá dar bilhões de retorno para o estúdio. Essa sátira descreve muito bem o momento atual que estamos passando no cinema.

Felizmente, Um Filme Minecraft é uma adaptação inofensiva, que faz o básico e cumpre seu papel, mas sem inventar moda. Ele entrega exatamente o esperado e nada além disso. E, sinceramente, alguém esperava algo diferente? Enquanto esses projetos continuarem rendendo bilheteria, pode apostar que ainda veremos muitos blocos (e pixels) por aí.
Fonte: www.pippoca.com
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